Em reunião, Adepará orienta cadeia avícola de Santa Izabel sobre prevenção da gripe aviária

A reunião aconteceu no mesmo dia em que foi registrado um caso suspeito de gripe aviária no estado, que ainda está sendo analisado pelas autoridades de saúde

Thaline Silva
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A Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) realizou uma reunião técnica com representantes do setor avícola, na terça-feira (20), na sede do Sindicato dos Produtores Rurais de Santa Izabel do Pará. O encontro teve como propósito reforçar as orientações do Serviço Veterinário Oficial Estadual sobre biosseguridade, apresentar as ações em andamento para manter a sanidade dos planteis e explicar os procedimentos para a notificação de suspeitas de doenças.

O evento reuniu representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), da Associação de Avicultura do Pará (Apav), além de técnicos responsáveis e funcionários de revendas agropecuárias. A reunião ocorreu no mesmo dia em que foi registrado um caso suspeito de gripe aviária no estado — que ainda encontra-se em análise por autoridades sanitárias.

Durante o encontro, a gerente do Programa Estadual de Sanidade Avícola, a fiscal agropecuária Lettiere Lima, esclareceu como é conduzida a investigação epidemiológica e a coleta de amostras biológicas para exames laboratoriais em casos suspeitos de enfermidades aviárias.

“São realizados testes para detecção de influenza aviária e da doença de Newcastle, que também é viral. Todas as amostras am por esse processo, pois apenas um resultado positivo para influenza aviária de alta patogenicidade confirma oficialmente um foco da doença”, explicou Lettiere.

Ela reforçou que a notificação de casos suspeitos é obrigatória e pode ser feita tanto pelo produtor rural quanto pelo Serviço Veterinário, por meio do sistema e-Sisbravet. Segundo a fiscal, o tempo de resposta é crucial: “Quanto mais rápido a Adepará tiver o às propriedades, mais eficaz será o controle. Nesse cenário, o produtor é o nosso principal parceiro". 

A diretora de Defesa e Inspeção Animal da Adepará, Graziela Oliveira, também participou da reunião e destacou os avanços nas ações de prevenção. Ela ressaltou que a atuação da equipe técnica tem sido eficaz graças ao treinamento prévio voltado para situações de emergência sanitária.

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Como é feito o controle sanitário? 

A Agência de Defesa Agropecuária do Pará realiza o monitoramento sanitário do plantel de aves por meio de ações de vigilância em granjas registradas e também em propriedades com criação de aves de subsistência. Esse trabalho envolve a coleta de material biológico com o objetivo de confirmar a ausência do vírus da influenza aviária.

De acordo com a agência, mais de 3 mil ações de vigilância já foram realizadas no estado. Somente em 2025, foram registradas 11 notificações de sintomas respiratórios e neurológicos em aves. Dessas, sete resultaram na coleta de amostras que testaram negativo para o vírus, enquanto quatro foram descartadas após avaliação inicial.

Além dessas ações, a Adepará fiscaliza tanto granjas comerciais quanto propriedades rurais não voltadas à produção em larga escala, realizando visitas de rotina e atendendo prontamente a notificações de suspeitas da doença.

Atualmente, o Pará conta com 267 granjas comerciais, distribuídas entre nove produtores. O estado também possui nove incubatórios e uma unidade de matrizes.

“Desde 2023, estamos desenvolvendo estudos epidemiológicos no chamado componente 3, que se refere às granjas comerciais. Esse levantamento foi realizado em todo o território paraense e posicionou o Pará entre os estados que mais coletaram amostras para confirmar a ausência do vírus”, afirmou a diretora.

Ações de prevenção 

Até o mês de junho, a Adepará deverá finalizar o sexto ciclo do estudo de vigilância epidemiológica voltado à gripe aviária no estado. O levantamento inclui o monitoramento tanto das granjas comerciais quanto das criações domésticas de aves.

A agência também promoveu oito encontros do comitê interinstitucional de gestão de crise sanitária, formado por órgãos públicos ligados ao meio ambiente e à saúde, além de representantes de entidades dos produtores rurais. Jone Yamaguchi, produtor de frango de corte em Santo Antônio do Tauá, reconhece a importância dessas ações para preservar a sanidade da avicultura paraense.

“É sempre muito importante a gente se antecipar. Com isso ganha o Estado, ganha a defesa agropecuária e ganha a avicultura. Nós comercializamos no Pará e no Maranhão. A nossa produção semanal é de aproximadamente 100 mil aves e nós seguimos todo o protocolo estabelecido pelo Ministério da Agricultura lá e acompanhado pela Adepará”, ressaltou.

O estado do Pará mantém o status de livre da influenza aviária, o que exige um esforço contínuo de vigilância e controle. De acordo com Samyra Albuquerque, gerente de epidemiologia da Adepará, esse trabalho faz parte da rotina do Serviço Veterinário Oficial (SVO).

"O atendimento à notificação de suspeita de doenças ou a vigilância epidemiológica com o objetivo de monitorar a saúde dos rebanhos e plantéis em estabelecimentos rurais, sejam eles comerciais ou de subsistência, não deve ser visto como algo excepcional, pelo contrário, todos os dias o Serviço Oficial está a campo realizando ações de prevenção e controle e faz parte da essência do nosso trabalho a investigação clínica e epidemiológica, que é rotina do serviço. O Pará é livre de Influenza aviária e continuamos trabalhando para manter a vigilância e os controles dentro dos ambientes onde as aves estão alojadas", ressaltou a gerente.

*Thaline Silva, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do núcleo de Política e Economia

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