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Facção é investigada por matar e jogar futebol com a cabeça de ‘inimigos’

As investigações apontam que os investigados seriam responsáveis por mais de mil assassinatos

O Liberal
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Uma operação realizada no sábado (31/5) pelos Ministérios Públicos e pelas secretarias de Segurança Pública do Rio de Janeiro e do Ceará detalhou a atuação violenta de uma facção criminosa cearense que comandava do RJ vários assassinatos ocorridos no CE. Os líderes do grupo se instalaram na Rocinha, na Zona Sul do Rio, e seriam responsáveis por mais de mil homicídios no Ceará, nos últimos dois anos.

Segundo o procurador-geral de Justiça do Rio, Antonio José Campos Moreira, o grupo, ligado ao Comando Vermelho (CV), usava motosserras para esquartejar suas vítimas e, em alguns casos, jogava futebol com as cabeças dos mortos. De acordo com ele, os criminosos ainda registravam as cenas em vídeo.

Segundo o MPRJ, o grupo criminoso operava a partir de uma mansão localizada na parte alta da Rocinha, na região conhecida como Dioneia. A casa de luxo possuía duas piscinas aquecidas, cascata, área gourmet, academia e um deck panorâmico. De lá, os chefes da facção, todos originários do Ceará, comandavam as ações criminosas à distância. Ao lado da mansão, os investigadores encontraram um alojamento usado para hospedar criminosos vindos do Nordeste.

O secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Cesar Carvalho dos Santos, destacou que nenhum dos alvos da operação era do Rio de Janeiro, embora todos fossem ligados ao Comando Vermelho. Ainda segundo ele, a facção fluminense dava e logístico ao grupo, o que reforça o papel do Rio como uma espécie de “home office” do crime, especialmente após a pandemia e decisões judiciais que impactaram ações policiais em comunidades.

Grande operação

A operação foi coordenada a partir do Quartel-General da Polícia Militar do Rio, no Centro da cidade. Cerca de 400 policiais do Bope e de outras unidades participaram da ação, que contou com apoio de drones e helicópteros. As imagens eram transmitidas ao vivo para a central de comando, onde estavam autoridades dos dois estados e o governador Cláudio Castro.

Durante a operação, segundo o BOPE, cerca de 400 criminosos fugiram para a mata da Rocinha. Um policial militar foi baleado no pescoço e levado ao Hospital Municipal Miguel Couto. Seu estado de saúde é estável.

A investigação foi conduzida pelos Grupos de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Rio e do Ceará, com execução feita pela Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Rio. Ao todo, a ação previa o cumprimento de 29 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão, com apoio de 80 agentes especializados.

As investigações apontam que os criminosos são extremamente violentos e costumam agir com requintes de crueldade. Esse padrão de comportamento tem se espalhado para outros estados do Nordeste, com registros sendo divulgados pelos próprios criminosos nas redes sociais.

Casa de luxo

A mansão que servia como base para a facção seria, de acordo com as investigações, do traficante cearense Anastácio Paiva Pereira, conhecido como Doze ou Paizão. Ele é apontado como um dos chefes do tráfico de drogas na cidade de Santa Quitéria, no interior do Ceará, e possui cinco mandados de prisão em aberto por homicídio, tráfico e organização criminosa.

Os policiais encontraram sinais de que uma festa havia ocorrido na madrugada anterior à operação, incluindo bebidas, gelo e carne espalhados pelo local. Durante a ação, os policiais apreenderam quatro fuzis, duas pistolas, um revólver, um fuzil de airsoft, munições e uma quantidade de drogas ainda em fase de contabilização. Um dos criminosos com mandado de prisão em aberto foi preso.

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