Praga 'Vassoura-de-Bruxa da Mandioca' é identificada no Pará; saiba o que é
Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou o foco em aldeia indígena no norte do Estado e alerta para riscos à produção de mandioca

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou, na última quinta-feira (15), a presença da praga conhecida como Vassoura-de-Bruxa da Mandioca, no Pará. O foco foi identificado na Aldeia Bona, localizada na Terra Indígena do Parque do Tumucumaque, no município de Almeirim, região norte do Estado, próximo à fronteira com o Suriname.
A confirmação foi feita a partir da análise de amostras vegetais colhidas no fim de abril por técnicos de defesa agropecuária e encaminhadas ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, em Goiás. Os laudos atestaram a presença do fungo Ceratobasidium theobromae (Rhizoctonia theobromae) em ambas as amostras analisadas.
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Praga ameaça qualidade e produtividade da mandioca
A Vassoura-de-Bruxa da Mandioca é considerada uma praga quarentenária presente, ou seja, está sob controle sanitário por representar alto risco à produção agrícola. Embora não ofereça riscos à saúde humana, o fungo é altamente destrutivo para as lavouras de mandioca, principal base alimentar de muitas comunidades tradicionais e indígenas da região Norte.
De acordo com o Mapa, a doença causa deformações nos ramos da planta, seca, nanismo, proliferação de brotos fracos, clorose (amarelecimento das folhas) e, nos casos mais graves, morte da planta. A aparência seca e danificada lembra o formato de uma vassoura, o que dá nome à praga.
"A dispersão ocorre principalmente por meio de material vegetal contaminado, ferramentas de poda, solo e água", explicou o Mapa.
Foco está em área isolada
Segundo o ministério, o foco está em uma área remota e de difícil o, onde vivem comunidades indígenas ligadas istrativamente ao estado do Amapá. O local só pode ser alcançado por voos fretados e está distante das principais zonas produtoras de mandioca no Pará, o que reduz temporariamente o risco de dispersão em larga escala.
Até o momento, não há registro de contaminação em áreas comerciais.
No Brasil, o Mapa mantém o controle de 12 pragas quarentenárias presentes e mais de 500 ausentes. A Vassoura-de-Bruxa da Mandioca foi detectada pela primeira vez em 2024, em terras indígenas no Oiapoque, no Amapá.
Prevenção e controle
Em fevereiro, a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) publicou uma portaria com medidas voltadas à prevenção, controle e não disseminação da praga. Entre as ações, está a proibição da entrada de plantas hospedeiras provenientes de áreas onde há ocorrência confirmada da doença.
Além disso, o trânsito de produtos vegetais entre estados afetados deve ser acompanhado de documentação específica, como o Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) e a Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV), com uma declaração adicional assegurando que o local de origem está livre da praga.
Fiscais agropecuários estão autorizados a interceptar, apreender e autuar cargas irregulares. A Adepará também orienta que produtores e técnicos relatem imediatamente qualquer sinal da doença, para que o controle oficial seja realizado rapidamente.
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