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Falso advogado: como funciona o golpe e como se proteger

Criminosos usam dados reais de processos e nome de advogados para aplicar golpes em clientes

Paula Almeida / Especial para O Liberal

Com o crescimento das fraudes envolvendo falsos advogados, é fundamental que a população saiba como se proteger. A frequência do crime é tão alta que já há registros no Pará, e o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) precisou lançar uma campanha nacional de conscientização, além de uma plataforma digital para a verificação da identidade de advogados regularmente inscritos.

Casos como o do advogado paraense André Serrão mostram como o golpe tem sido detalhadamente articulado. “Eles usam minha foto, o logotipo do escritório e mandam ao cliente informações verdadeiras do processo. A única parte falsa é quando dizem que há um valor a receber e pedem o pagamento de supostas custas. Enviam um boleto, e o cliente, acreditando, paga”, explicou.

Segundo ele, os golpes ocorrem há mais de dois anos e continuam, embora com frequência variável. Muitos clientes percebem a tentativa de fraude e entram em contato com o escritório, mas alguns, especialmente os mais idosos, acabam sendo enganados. “A gente procura alertar nas redes sociais do escritório, nas linhas de transmissão de mensagens aos clientes, mas nem sempre é o suficiente”, lamentou.

Como funciona o golpe

Os criminosos entram em contato com a vítima por meio de redes sociais ou mensagens de texto, utilizando nome, imagem e até dados reais de processos judiciais. Alegam que há um valor significativo a ser liberado e solicitam o pagamento de uma taxa ou supostas custas processuais. O boleto, no entanto, direciona o valor diretamente para a conta dos golpistas.

“Tenho ouvido relatos semelhantes de vários colegas. Em grupos de advogados, muitos contam que também tiveram seus nomes usados nesses golpes”, afirma Serrão.

A vice-presidente do Instituto dos Advogados do Pará (IAP), Bruna Koury, explica que o golpe do falso advogado espalhou-se por todo o Brasil e tem sido motivo de grande preocupação. Segundo ela, a prática gera insegurança na sociedade em relação à contratação de advogados e pode causar desgastes com os profissionais já contratados por pessoas que foram vítimas

Com o objetivo de deter esse crime, e alertar profissionais e clientes, a OAB Pará criou uma cartilha em março deste ano sobre quais medidas devem ser tomadas em caso de golpe. Segundo dados da própria instituição, desde o lançamento, aproximadamente 70 casos já foram recebidos no canal de denúncias.

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A OAB afirmou ainda que está produzindo um relatório dos últimos dias do mês de abril em diante contendo todas as denúncias recebidas, este documento será encaminhado para a Polícia Civil, que dará prosseguimento na investigação. “Então, a OAB está reportando isso, catalogando todas as informações necessárias para serem encaminhadas à Polícia Civil para municiar a instituição policial para que seja feita uma investigação adequada e possa se alcançar e efetivar o desmembramento dessa organização criminosa que busca atingir os advogados e que vem causando prejuízos”, disse Paulo Nascimento, presidente da Comissão de Apoio à Advocacia Criminal da OAB-PA.

Como se proteger

Uma das alternativas mais seguras é ar a plataforma desenvolvida pela OAB nacional. A ferramenta permite consultar se um advogado está ativo e regularmente inscrito nos quadros da ordem. 

Além disso, para evitar prejuízos, a principal recomendação é nunca realizar pagamentos com base apenas em mensagens recebidas. O cliente deve confirmar diretamente com o advogado, por meio de canais oficiais ou contatos previamente conhecidos, se é realmente ele quem está entrando em contato.

Por último, é essencial desconfiar de mensagens que prometem valores a receber em troca de pagamentos antecipados.

Como denunciar

Caso o golpe seja concretizado, a vítima deve registrar um boletim de ocorrência e ar o canal oficial da OAB Nacional para denunciar. Como geralmente envolvem transações bancárias, as contas dos golpistas podem ser rastreadas pelas autoridades.

A OAB reforça que custas processuais devem ser pagas por meio de guias oficiais e nunca por boletos enviados informalmente via mensagem.

 

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