Caminhoneiros enfrentam atrasos de dias para entrar e sair do porto de Miritituba, no Pará
Eles reclamam da demora excessiva para além da data de agendamento para descarregar as cargas

Caminhoneiros enfrentam atrasos de dias para entrar e sair do porto de Miritituba, distrito de Itaituba, no sudoeste do Pará. Os trabalhadores afirmam que a causa do problema é a má condição da estrada de terra do ramal, de cerca de 6 km, para ar o pátio de triagem do porto. A situação está agravada desde o último sábado (10).
O porto de Miritituba tem alta movimentação de transporte de commodities agrícolas por via fluvial até outros portos. O porto não é istrado por uma única entidade. Várias empresas operam terminais portuários e instalações de transbordo de cargas no local. De acordo com os caminhoneiros, o problema não é na BR-163, e sim na estrada de chão do ramal que nunca foi pavimentada e a cada chuva a situação piora. A lama e os buracos dificultam a subida e o tráfego dos veículos de carga pesada.
Na noite desta quarta-feira (14), o Grupo Liberal ouviu caminhoneiros, que estão parados no ramal, há três e até quatro dias, por não conseguirem ar o pátio de triagem da área da empresa Hidrovias. Eles não conseguem ar o pátio, porque o local já está superlotado, com outros caminhões, que, por sua vez, não conseguem sair ou saem com lentidão, por falta de espaço para as manobras e pela própria má condição do chão, o que gera uma situação caótica no lugar.
“Ramal de terra que leva ao porto nunca foi pavimentado”, reclamam trabalhadores
"Quando a gente sai da BR-163, do lado do porto da Protork, são cerca de 6 km a 8 km de chão no ramal. Essa estrada nunca foi pavimentada, se chover já era, a gente se prepara para o sofrimento, para esperar”, disse um caminhoneiro, na noite desta quarta-feira, que pediu para não ser identificado.
Ele afirmou que os caminhões entram e saem em baixíssima velocidade, porque têm cargas pesadíssimas, alguns, com 74 toneladas, por exemplo. Um outro trabalhador explicou em detalhes a dificuldade enfrentada pela categoria. “Todo ano é assim, o ramal de chão fica péssimo, tem o risco do caminhão tombar, voltar e bater noutro que está atrás, a gente pode perder para a carga", disse.
"Quando a gente consegue chegar no pátio de triagem, está tudo atrasado, não consegue descarregar na data agendada. E a gente paga três reais a hora para nos adiantarmos no pátio de triagem, fora a taxa de agendamento, que é de R$ 48. Paga para se alimentar mais dias do que o previsto. A refeição (almoço e janta) é R$ 60,00, o kilo, no único restaurante que funciona no porto de Miritituba”, reclamou o motorista.
Espera gera prejuízos econômicos para quem precisa seguir viagem
A queixa é geral sobre a longa retenção dos caminhões no ramal e mesmo no pátio de triagem da companhia Hidrovias. Os caminhoneiros falam do alto custo que encaram pela demora e também dizem se sentir reféns do único restaurante, que fecha às 21h. Como o pátio de triagem é uma área privada, não é permitida a entrada de pessoas para a venda avulsa de comida.
“Eles não poderiam fechar às 21h, mas fecham e deixam a gente sem poder comprar alimentação nem deles, nem de ninguém. Pela legislação de portos, o restaurante deve funcionar 24 horas. Eu ando o Brasil inteiro, e esses problemas são daqui, só daqui, é o ramal que nunca é asfaltado, a demora nos agendamentos e falta de infraestrutura para nós”, comentou outro trabalhador, ouvido pela reportagem por aplicativo de mensagem na noite desta quarta-feira.
O Grupo Liberal entrou em contato com a Polícia Rodoviária Federal e foi informado que a PRF não tem conhecimento de congestionamentos na BR-163. A assessoria mencionou que o problema pode ser ao ramal, como é, de fato, conforme imagens de vídeos e fotografias publicadas pelos próprios caminhoneiros mostram nas redes sociais da região oeste do Pará.
Nota da empresa responsável pela pavimentação da BR-163
Em nota divulgada à imprensa, nesta quarta-feira (14), a Via Brasil BR-163 esclarece que cumpre suas obrigações contratuais relacionadas ao sistema rodoviário sob sua gestão, o que inclui o trecho da BR-230 entre o entroncamento com a BR-163 (conhecido como Km 30) e os os às Estações de Transbordo de Carga (ETCs), em Miritituba (PA).
"A concessionária está atuando para superar os desafios do escoamento da safra (da soja) neste trecho. Em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a empresa está organizando o tráfego no local, orientando motoristas, com foco na fluidez e segurança de toda a comunidade usuária da rodovia. A Via Brasil BR-163 reforça que as rodovias BR-163 e BR-230 estão em plenas condições técnicas de receber o volume de tráfego atual e que as soluções dos gargalos atuais am por uma construção conjunta com todos os envolvidos", diz um trecho da nota divulgada.
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