Padre Cláudio reflete sobre o amor de Deus: ‘Um amor que carrega nossas pobrezas’
O amor incondicional do Pai, segundo o sacerdote, é revelado inclusive para quem o trai
Em sua reflexão dominical, o padre Cláudio Pighin destacou a manifestação do amor de Deus na cruz e a importância do novo mandamento deixado por Jesus aos discípulos. A meditação teve como base a revelação divina contida no gesto supremo de entrega do Cristo.
“Jesus quis dizer que é através desse evento que se revela a verdade de Deus”, afirmou o padre ao comentar a referência à cruz. Para ele, “a glorificação não tem nada de triunfalismo, de poder como podemos imaginar”.
Pighin também refletiu sobre o papel de Judas no plano da salvação. “A traição de Judas se torna serviço de revelação do plano de Deus para toda a humanidade”. E acrescentou: “Assim sendo, Judas representa também toda a humanidade infiel ao projeto de Deus”.
O amor incondicional do Pai, segundo o sacerdote, é revelado inclusive para quem o trai. “Ele se oferece daquele jeito para o bem de todos, também para aqueles que o traem. Um amor que carrega todas as nossas pobrezas e limitações humanas.” Em suas palavras, “é o amor do Pai que nos deixa sem palavras, é sim”.
Sobre a relação de Jesus com os discípulos, o padre destacou a ternura de Cristo: “Jesus, Jesus chamando os discípulos de filhinhos, mostra toda a sua ternura para eles.” Ele completa: “O uso desse termo por parte do nosso Deus revela-nos mais uma vez a sua proximidade com a nossa humanidade.” E questiona: “Podemos dizer sem dúvida nenhuma qual Deus é tão próximo da gente como o nosso Deus?”
Na sequência, o padre comentou o novo mandamento dado por Jesus. “Logo em seguida o Divino Mestre dá o novo mandamento de se amar.” Segundo ele, compreender a cruz exige adentrar essa nova lógica. “Para compreender o mistério da cruz, precisamos entrar nessa lógica do novo mandamento. Sem ele é incompreensível a cruz.”
Pighin recorda ainda as palavras diretas de Jesus. “Jesus diz a clara letra que, como eu vos amei, assim vós deveis se amar.” E alerta: “Não fala de amar a Ele, mas de amar os outros.” Ele observa que “tem gente que diz amar a Deus e depois se esquece de amar, por exemplo, aqueles que lhe estão próximos”.
Para o padre, “o amor que recebemos de Deus deve-se testemunhá-lo aos outros. Como a gente recebeu de graça, também temos que dar de graça aos outros.” Ele reforça que “O amor de Deus é um dom e nós não podemos guardá-lo egoisticamente.”
“E amando os irmãos de modo gratuito, nós estamos reconhecendo Jesus na nossa vida”, afirmou. “Nesse sentido, o meu esforço é insistir de se fazer próximo de todos aqueles que precisam de mim. Na medida em que consigo derrubar o meu egoísmo para enxergar as pessoas até mais perto que necessitam de minha ajuda, da minha doação à imitação do Mestre, eu vivo o verdadeiro amor.”
Concluindo sua reflexão, padre Cláudio enfatizou que “a nossa vocação cristã se caracteriza pelo amor recíproco, um amor que constrói comunidade e nunca isola a pessoa.” E deixou aos fiéis uma pergunta: “Sabe reconhecer a presença de Nosso Senhor Jesus Cristo nas pessoas dos irmãos e das irmãs? Ou simplesmente, embora vivas junto o tempo todo, os ignoras?”
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